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CLASSIFICAÇÃO LINEAR DA RAÇA JERSEY – CLASSIFICADOR OFICIAL ARTUR CADEMARTORI


CLASSIFICAÇÃO LINEAR DA RAÇA JERSEY – CLASSIFICADOR OFICIAL ARTUR CADEMARTORI

 Para melhorar uma raça leiteira teríamos que aumentar a produção de leite das vacas com o menor custo possível (relação custo x benefício ajustada).

 É do conhecimento de todos, que buscar o aumento de produção de leite é um assunto complexo com vários fatores relacionados, como por exemplo: manejo, sanidade, nutrição, acasalamento, controle leiteiro, etc.

 Fazer uso de um programa de classificação linear dos animais seria mais um instrumento disponível que ajudaria na busca de vacas mais produtoras de leite que permanecessem mais tempo no rebanho. Isto ocorre, pois o programa identifica os animais que apresentam a conformação desejada para desempenhar a função de produzir leite.

 Como exemplos disso teríamos a avaliação da CCS (contagem de células somáticas) ou problemas relacionados aos aprumos (cascos). Com certeza existem outros fatores que também interferem neles, mas vacas bem classificadas tendem a ter menos problemas.

A classificação linear compara a vaca avaliada com a vaca de tipo ideal da raça. Esse tipo considerado “ideal” foi determinado por um conselho diretor da associação da raça após debates entre pessoas reconhecidas como conhecedoras da raça juntamente com pesquisadores da raça no País.

 Existe mais de um programa de classificação linear no mundo, mas o adotado pelo Brasil é o Canadense. É um programa de avaliação multi racial, isto é, atende todas as raças de leite. Isto é possível, porque vacas leiteiras de qualquer raça desempenham a mesma função. Como existem variações de problemas de fenótipo em cada raça, cada associação determina o grau de importância das características avaliadas, conforme achar de maior ou menor importância.

 Exemplo disso, a raça Jersey no Brasil avalia 23 características e a raça Holandesa Brasil avalia 24 com pesos diferentes de importância (maior ou menor % em relação a nota final).

 O mesmo raciocínio de melhoramento da raça através da conformação (fenótipo) sobre a classificação das fêmeas vale os machos.

 Uma maneira prática de avaliar a importância de fazer ou não a classificação linear do rebanho anualmente seria considerar a importância dada, por exemplo, aos itens abaixo relacionados:

a-      Minha vaca é forte, angulosa e profunda para converter grandes quantidades de alimento em leite?

b-      Tem pernas e pés corretos para suportar o manejo que eu faço na minha propriedade e ainda por cima atingir a produção esperada com menos problemas?

c-      O úbere tem capacidade e possui ligamentos fortes para suportar a produção?

d-     A contagem das células somáticas está dentro do esperado?

e-      A garupa está adequada para não ter problema de distocia ou problemas de fertilidade?

f-       A meta de produção está sendo alcançada?

g-      O rebanho está evoluindo positivamente ano após ano? Descarto o correto? O descarte está diminuindo ano após ano?

h-      Existe uma previsão de compra e venda de animais?

i-        As centrais de inseminação estão abastecidas de dados da prole de touros para fazer as provas? Para compra de machos para coletar sêmen?

j-        Estou fazendo o acasalamento correto?

k-      Estou valorizando os bons animais? Identifiquei bem os piores?

l-        Quais animais deveriam ser selecionados para exposição?

Além disso tudo, a classificação é requisito para transformar uma vaca PC em PO?

 Para ilustrar a importância da classificação abaixo alguns dados do Canadá nos rebanhos que fazem a classificação anualmente:

       1-      Aumento de 48 kg de gordura e 43 kg de proteína nas top 10 classificadas

2-      Aumento de 2,74 lactações para 3,48 nas top 10 classificadas

3-      Lucro de $429,25/vaca/ano nos rebanhos que fazem classificação quando comparados dos que não fazem classificação.

 Fazendo um cálculo rápido, num rebanho de 150 vacas representa um lucro de $76.835,75 com um custo da classificação de $326,54.

 Dentro desse assunto (melhoramento da raça) não podemos deixar de falar da importância do controle leiteiro, ferramenta indispensável que deveria ser associada a classificação linear nas decisões de seleção visando a lucratividade.

 Outro fato importante seria fazer a distinção da classificação linear e do julgamento de animais em exposição. A primeira classifica os animais comparando cada um com o tipo ideal da raça. A segunda, compara os animais entre eles na pista de julgamento.

Assim sendo, são atividades bem distintas!

Por esta razão, a associação não recomenda que os classificadores julguem as exposições, pois uma vaca, por exemplo, com uma classificação linear alta poderia perder num julgamento de pista, num dado momento, para uma vaca com pontuação menor que a dela. Este fato poderia gerar confusão no julgamento entre os criadores o que poderia levar a um descrédito do sistema de classificação.

Falando agora sobre animais elegíveis para serem classificados, se vaca, precisaria estar em lactação e ter no mínimo um parto registrado na ACGJRS. Se macho (touro), teria que ter no mínimo 18 meses de idade e ter registro na associação.

Vacas secas poderiam ser classificadas somente em casos excepcionais, de comum acordo com o classificador.

Os úberes podem estar cheios ou vazios de leite no momento da classificação.

As vacas com muito edema no úbere deveriam ser evitadas de serem classificadas.

A orientação do programa é fazer sempre a classificação de todas as vacas de primeira lactação, porque elas ainda não sofreram muitas das alterações na sua conformação causadas pelo ambiente.

 Antes de iniciar a avaliar as características o classificador precisa ter o conhecimento de alguns dados referente ao animal, sendo que alguns deles interferem diretamente no desempenho da função. São eles:

1-      Nome ou número de identificação

2-      Nome proprietário

3-      Data classificação

4-      Nº registro animal

5-      Nº registro do pai

6-      Data Nascimento

7-      Data parição

8-      Nº de lactação

 Conhecendo os dados e com uma planilha oficial da raça o classificador inicia a analisar o animal. Primeiro olha o animal por vários ângulos (de 45°) e aí inicia fazendo a comparação de cada uma das 23 características biológicas com o tipo ideal pontuando numa escala 1 a 9. Cada característica tem um peso individual que interferirá na pontuação final.  É importante salientar que em algumas características o 5 não é o ideal e em outras o 9 pode não ser é o ideal.

Terminada a avaliação individual de todas as características o classificador dá uma pontuação final para cada um dos 4 “setores”, no caso de fêmea e de três “setores”, no caso de macho.

Por fim, faz a pontuação final do animal.

 Na pontuação final o classificador tem o direito de aumentar ou diminuir em até 2 pontos da pontuação  final sugerida pelo programa.

 Os 4 “setores” das vacas avaliadas são:

1-      Garupa 8%

2-      Sistema mamário 48%

3-      Pés e pernas 15%

4-      Força leiteira 29%

 

Os 3 “setores” dos touros avaliados são:

1-      Garupa 20%

2-      Pés e pernas 35%

3-      Força leiteira 45%

 A pontuação final pode ser dividida em 7 escores a saber:

 SUPREMA EXCELENTE: vaca excelente aos 10 anos ou mais

EXCELENTE: vacas em lactação / mínimo 3 lactações / se touro mínimo três anos idade

a-      90 a 92

b-      93 a 95 – obs.: 94 e acima precisa de 2 classificadores

c-      96 a 97.

MUITO BOM (MB): 85 a 89

BOM PARA MAIS (B+): 80 a 84

BOM (B): 75 a 79

REGULAR (R): 70 a 74

POBRE (P): 65 a 69

Destacaria a importância de fazer a classificação anualmente para conhecer melhor o rebanho e alcançar mais rapidamente as metas estabelecidas.

 Atualmente o classificador oficial credenciado da Raça Jersey para o RS é o Médico Veterinário Artur Garcia Cademartori.

Os produtores interessados em agendar uma classificação ou mesmo querer obter mais informações sobre a classificação poderão fazer contato direto com o classificador ou através da associação.

 Os custos oficiais de classificação são:

 R$250,00 de 1 a 10 animais e R$25,00 por animal acima dos 10 pagos diretamente para o classificador.

Despesas de deslocamento e hospedagem do classificador são por conta do criador (40% do preço da gasolina por km rodado acrescidos de pedágios despesas de viagem).

R$ 7,50 relativos à emissão do certificado de desempenho pagos para associação.

R$ 50,00 para fazer a evolução de PC para PO

As classificações especiais (leilões se liquidação do plantel...) os custos deverão ser acertados diretamente entre o produtor e o classificador.

  

Contato:

Artur Garcia Cademartori

MSc. Méd. Veterinário

+ 55 51 998558116

Rua Engenheiro Veríssimo de Matos, 255 AP 1101 – POA – RS – 90440-180.

crbov@terra.com.br ou arturcadema@gmail.com

Médico Veterinário formado na UFRGS em dezembro 1982

Mestrado na área de concentração de Medicina de Gado Leiteiro em 2000 pela UFRGS

Classificador oficial da ACGJBR no RS desde 27/10/95. Participou de dois treinamentos oficiais no Canadá, um acompanhamento do classificar na Califórnia – USA e todos os treinamentos oficiais realizados no Brasil.

Técnico de registro da ACGJRS desde 1984.

Jurado oficial da raça Jersey

Tem curso de jurado da raça Holandesa

Trabalha como autônomo em rebanhos leiteiros e de corte desde 1982

Proprietário da CRB – Central Gaúcha de Reprodução Bovina LTDA – em Santo Antônio da Patrulha aonde faz transplante de embriões bovinos.